Produzimos joias com papel de jornal, como forma de reaproveitar os jornais diários que todos os dias vão para o lixo. Diariamente por todo o mundo são impressos milhares e milhares de jornais e consumidos outros tantos milhões. Os jornais nascem todas as madrugadas, nós compramos todas as manhãs e lemos ao longo do dia mas ao fim do dia rapidamente se torna lixo. Reaproveitar o papel de jornal é poder fazer renascer cada jornal a cada dia e dar-lhe uma nova vida, tirá-lo da inutilidade.
A cadeia produtiva do papel de jornal envolve atividades que dependem de energia eléctrica, combustíveis, madeira, papel, tintas, chapas off-set, filmes e produtos químicos diversos entre muitos outros. Os desafios nesse campo ainda são enormes e os impactos no meio ambiente outros tantos. É urgente mudar este paradigma para bem do nosso planeta.
As árvores
O papel é fabricado a partir de fibras de celulose extraídas da madeira e o seu processo de produção começa com o derrubar das árvores. Atualmente em Portugal a grande maioria da produção de papel é feita de árvores plantadas para o efeito, contudo ainda existem outras tantas que não, nomeadamente no que se refere ao eucalipto. Em países como a Indonésia, Canadá, Rússia e Brasil as florestas virgens ainda constituem fontes para a produção de papel.
Deixou de se derrubar tantas árvores para se começar a plantar e dai produzir papel, contudo nem tudo são maravilhas. As áreas em que as árvores são plantadas sofrem as consequências de uma monocultura, ou seja, desmatamento, redução de fauna natural local, compactação do solo, assoreamento de rios, diminuição de nutrientes no solo e impedimento da vazão de córregos e nascentes. Além disso, ainda compromete a biodiversidade das matas e a economia local, já que diminui a geração de novos empregos.
A indústria
Globalmente, as fábricas de papel fizeram um esforço notável e começaram a trabalhar com padrões de qualidade ambiental, contudo ainda há muito por melhorar. As fábricas vieram a melhorar as tecnologias de tratamento de resíduos líquidos, ao nível da poluição do ar as fábricas emitem cada vez menos dióxido de carbono para a atmosfera e recorrem cada vez menor a combustíveis fósseis na atividade produtiva. Contudo ainda tem muito a melhorar sobretudo no que se refere ao consumo de água. Cada quilo de papel produzido, 540 litros de água são utilizados. Se uma empresa que consome 600 mil folhas de papel por ano imprimir os documentos em frente e verso, é possível gerar uma economia de 384 mil litros por ano, o equivalente ao abastecimento para 30 famílias no mesmo período. É necessário alterar com urgência este paradigma.
A nossa responsabilidade
Viver totalmente sem o papel é impossível, mas é possível utilizá-lo com consciência, repensando os seus atos. Em plena Era Digital, o ideal é fazer uso de documentos, contas e faturas de forma digital, evitando imprimir os papéis ao máximo e ajudando o meio ambiente a se manter mais limpo e menos poluído!