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Reportagem Diário de Noticias
15 de Outubro de 2016

“Empreendedorismo. Histórias de mulheres com muitas ideias para projetos que têm em comum participar no Connect to Success, ideia da embaixatriz norte-americana para formar empresas em que 50% do investimento é do sexo feminino.
Sílvia Rodrigues
> 35 anos > Licenciada em Design de Comunicação
> O QUE FAZIA: professora
> PROJETO: joias
“SEMPRE ACHEI O PAPEL DE JORNAL MUITO ATRATIVO, O CONTRASTE ENTRE AS LETRAS PRETAS E O FUNDO BRANCO; AS MANCHAS COLORIDAS, ESSA MISTURA”

Sílvia Rodrigues tem 35 anos e é de Loulé, faz questão de tirar a foto na aldeia onde nasceu, Querença. Licenciou-se há 13 anos em Design de Comunicação. Nos dois anos seguintes trabalhou em empresas de design, até que começou a dar aulas. Profissionalizou-se no ensino, chegando a exercer essa atividade na Escola Secundária de Loulé, onde foi aluna. As medidas restritivas na educação fizeram que ficasse sem alunos e teve de procurar alternativas. Em 2014.
“Tinha esta atividade nos tempos livres, fazia joias e quem estava à minha volta adorava e encomendava as peças, depois o amigo passa ao amigo e as encomendas foram crescendo. “Ganhou prémios pelo meio:Inovação em 2009, com um conjunto de colar, pregadeira e brincos e Nacional de Artesanato em 2011, com um candeeiro a que chamou “Vida de Papel”.
Aprendeu a fazer plano de negócio, a vender o produto e a gerir uma empresa com quatro alunos de Economia do ISCTE. “Foi muito importante. Sou das artes e há muitas áreas em que o empreendedor precisa de ter conhecimentos que eu não tinha, nomeadamente da parte financeira. Tinha uma marca mas que até ali era um hobby. Ajudaram-me a selecionar o mais importante das minhas ideias, acrescentaram outras; a ver o presente e a projetar o futuro, os alunos eram muito minuciosos. A perceber a relação entre o custo da mão-de-obra e o preço final, quais eram as peças em que devia apostar. Fizeram-me um plano de negácios para dois anos, para que florescesse e se tornasse sustentável”.
No programa MBA Master Consulting, as empreendedoras trabalham com os estudantes de MBA ou de mestrado das áreas de Economia e Gestão durante um semestre, o que funciona como mais uma disciplina do curso. Está a decorrer a 4ªedição e já envolveram 150 alunos e 45 mulheres.
Com essa “almofada”, Sílvia Rodrigues acreditou que poderia viver da transformação do papel de jornal em bijuteria, a que dá um banho com uma técnica que inventou para o impermeabilizar, resistentes até à máquina de lavar, contou-lhe uma cliente. E são coloridas, embora feitas com letras de imprensa. “As minhas peças são muito coloridas – cor de rosa, verde, laranja – e as pessoas perguntam se é papel de revista, mas não, não tem nada a ver. A verdade é que os jornais têm cada vez mais cor, agora o mais difícil é encontrar páginas só a preto e branco”.
A Sigues – junção das duas primeiras letras do nome com as ultimas do apelido – foi a marca vencedora do Lisbon MBA Programa em 2014. Vende-se em lojas e em feiras, agora o passo seguinte será o digital e a internacionalização, já está em França. Está a desenvolver uma loja online e para a qual conta com o apoio de um segundo instrumento do Connect to Sucess: o Corporate Mentoring, com a duração de um ano e que envolve uma equipa de mentores de grandes empresas. Sílvia entrou na 2ªedição e trabalha desde janeiro com a Stanton Chase Portugal. Há 25 empresas a apoiar empreendedoras. Têm uma reunião mensal em que é discutido o negócio e de onde e empreendedor vem com trabalhos para casa. “É uma preparação para a reunião seguinte, ver os pontos fortes e fracos da minha empresa, a concorrência. Orientam-me para a marca melhorar”.
Com tudo o que tem passado e a formação que fez, também através de workshops, a joalheira está confiante em relação ao futuro e que dentro de dois anos a marca será conhecida a nível nacional. “As minhas peças vendem-se muito bem. São únicas, feitas à mão e marcam a diferença. E têm uma componente ecológica – o ambiente é preservado com a reutilização do papel de jornal – e, hoje, as pessoas estão muito sensibilizadas para a proteção do ambiente”.
Acrescenta que os preços são acessíveis. O colar premiado, a que a autora chamou “Amor Perfeito”, custa 35 euros, a pregadeira “joia da coroa” 15,00, e os brincos, oito euros.

Consulte aqui a reportagem na integra.

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